Quando nos referimos à interioridade, estamos a aludir à capacidade do ser humano de pôr perguntas e procurar descobrir o sentido da existência. O ser humano tem a capacidade de mergulhar na existência e descobrir significados cada vez mais profundos, e com isso moldar as escolhas que faz e o modo de lidar consigo próprio, com os outros, com o mundo e com Deus – o transcendente.
A atenção é o cuidado de mim, do outro, da criação; é o movimento de partir em direção ao outro, de receber o seu apelo, de sentir a sua humanidade partilhada e ter o impulso de me relacionar com bondade com o outro.
Este primeiro objetivo da EI situa-se no campo do autoconhecimento.
As crianças e adolescentes percebem experimentando que as diferentes áreas da sua pessoa – física, relacional, emocional, intelectual e espiritual – não são compartimentos estanques, mas todos estão absolutamente inter-relacionados.
A EI favorece a cultura do “passar por”, do “experimentar”, mas nem tudo o que experimentamos se transforma em experiência. Isso só acontece quando a experiência desperta em nós a capacidade de nos interrogarmos.
Em EI usamos a palavra “experiência” como sinónimo de ação (relação, encontro, descoberta) que produziu no nosso interior novos sentimentos, atitudes ou valores.
Depois da experiência e a par da experiência, a reflexão a que a criança/o jovem é conduzido ilumina, situa e ajuda a encontrar palavras para exprimir essa experiência. O que é que se ganha com isto? uma maior riqueza no seu diálogo interior e com os outros e a capacidade de uma comunicação a um nível mais profundo.
Para a dinâmica corporal, usamos técnicas que provêm do Yoga e do Mindfulness.
O Yoga potencia o equilíbrio físico-motor e unifica o corpo com a dimensão interior da pessoa; o Mindfulness trabalha a atenção plena.
São práticas valiosas em si mesmas, que também preparam e habilitam para as etapas seguintes.
O que propomos são exercícios de:
As pessoas mais céticas deste trabalho da interioridade apontam como crítica que a pessoa se volta apenas para si própria e que esse olhar excessivamente interior leva a ignorar ou a desprezar o outro.
Mas nós não achamos. Há um movimento vital entre interior e exterior, que tem como frutos mais imediatos a confiança em si próprio e o reconhecimento da bondade e da beleza em si mesmo e nos outros.
Esta é a base de uma dinâmica de integração emocional, que contribui para sermos pessoas mais compassivas, atentas e disponíveis para o outro.
Estes processos desenvolvem-se sobretudo através de:
A experiência interior de encontro de cada um consigo próprio é motivada por experiências de silêncio, por dinâmicas de admiração estética e por exercícios de contemplação e meditação.
Nesta dimensão, a EI propõe espaços e tempos que promovem a abertura à Transcendência no coração de cada um, e procuram:
As sessões são orientadas por Professores e outros Especialistas que fizeram a Pós-Graduação em Educação da Interioridade na Universidade de La Salle-Madrid entre 2018 e 2023, continuando este ano letivo (2023-24) a formação em Portugal, sempre orientada pela Professora Elena Andrés.
As dinâmicas são construídas em conjunto com a equipa de ano, de forma a integrar a dinâmica de aprendizagem que os grupos atravessam em cada momento e por isso contam com a presença dos PT de cada grupo.
Decorrem em grupo S ou M, em diferentes espaços, em função da dinâmica a desenvolver, e duram o equivalente a um tempo letivo, a cada 2 ou 3 semanas.