Pedro
Arrupe

CIDADÃO
DO MUNDO

Nascido em Bilbau em 1907, foi aluno de Medicina em Madrid e viveu todas as convulsões do seu tempo. Desterrado de Espanha com a expulsão dos Jesuítas na Segunda República, Pedro dá outro passo que preparava já o futuro Geral da Companhia: deixava as suas raízes para se tornar um “cidadão do mundo”. A sua formação em Marnee (Bélgica), Valkenburg (Holanda) e Cleveland (EUA), lança-o no universalismo sem fronteiras que caracterizará toda a sua vida.

Arrupe não foi apenas um homem santo do nosso tempo. Foi o pioneiro da inculturação na Igreja, o líder da adaptação da vida religiosa depois do Concílio, uma ponte cultural entre Oriente e Ocidente, um vanguardista do diálogo com o mundo e as ideologias e, sobretudo, um apaixonado pela figura de Jesus de Nazaré. Por detrás da sua ingente atividade, pulsava a vida interior do homem de oração. Morreu convencido de que a fé não pode entender-se sem um compromisso pela libertação dos últimos e dos marginalizados deste mundo injusto.

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ORIENTE
E OCIDENTE

A inculturação, termo que Arrupe criou para definir a integração cultural do Ocidente nos caminhos do Zen e a sua imersão na língua Japonesa, são apenas alguns dos traços daquele missionário. Julgado por “espionagem internacional”, foi interrogado durante 33 dias e encarcerado numa cela de paredes nuas. Uma experiência que Arrupe viveu em sintonia com a de Jesus Cristo, conduzido aos tribunais.

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A EXPERIÊNCIA
DE HIROSHIMA

Uma intensa vida espiritual marcava o ritmo dos seus dias. Porém, um dia em particular - 6 de agosto de 1945 - assinala o equador do seu percurso espiritual.

Em Hiroshima, onde era Mestre de Noviços, Pedro Arrupe é de novo confrontado com o absurdo da nossa natureza e dedicará toda a sua vida a dar um novo sentido à existência humana. Ele será e levará os Jesuítas a serem verdadeiros “homens para os outros”.

O LEGADO
DE ARRUPE

Um homem que acompanhou o seu tempo e abriu caminhos de futuro, marcando de forma decisiva a história contemporânea da Igreja e do mundo.
Numa época marcada por convulsões sociais, a figura sorridente, otimista e construtiva deste basco de espírito universal contribuiu para estabelecer as fundações da atual inquietação pela justiça, pela paz e pela fraternidade, tornando-se num autêntico profeta e testemunha privilegiada do século XX.

Um colégio, mesmo que não tivesse mais nada, nem projeto educativo nem ideário, só por ter escolhido o nome de Pedro Arrupe, já tinha instituído para si, para os seus responsáveis, os seus professores, os seus alunos, as famílias dos seus alunos, um desafio, um estímulo, um repto.

Discurso inaugural da Cerimónia de bênção da 1ª pedra do Colégio Pedro Arrupe, 14 de novembro de 2009
Hermínio Rico, sj
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