Alegra-te com o Bem
Alegra-te com o Bem
Parece óbvio que assim seja. Mas talvez não seja assim tão simples.
Alegrar-me com o Bem pressupõe diversas coisas. É possível que a primeira seja a de não viver em “piloto automático”. Certamente, já todos tivemos fases assim e ainda temos. É um certo estado interior em que sabemos o que há para fazer, mas não perdemos tempo a interpretar e a dar sentido ao modo como vivemos, movendo-nos de atividade em atividade.
Tudo isto que nos ocupa está cheio de Bem em si. Mas, por vezes, a alegria mostra-se tímida nas nossas vidas. Não nos passa pela pele nem pelo olhar. Esta época parece, efetivamente, exigente. E o seu grau de dificuldade dilata-se com frequência, onde o mais natural é viver desconfiado, pessimista, sem expectativas, sem nada procurar nem querer. Mas alegrarmo-nos com o Bem não se trata de aliviar imaturamente a força da realidade. Propomos, sobretudo, aprender e a praticar esse exercício de procurar o Bem em tudo o que nos acontece ou acontece aos outros.
É legítimo procurar viver assim, ainda que não seja fácil, de acesso imediato e tangível. Procurar o Bem, fazer o Bem, na minha vida e nas minhas circunstâncias, perto ou longe da minha casa, até fora do meu país e alegrar-me é uma opção. Há razões diárias para nos alegrarmos, óbvias e mesmo ali à mão. Há outras, mais escondidas, que precisam desse nosso empenho e que aguardam a leitura confiante e otimista de que, de tudo, podemos tirar algum proveito, sabedoria e aprendizagem.
Confiamos que a nossa escolha de não viver em piloto automático e alegrando-nos com o Bem, devolve-nos a consciência de que somos alcançados, conhecidos e amados, de modo autêntico. Percebemos que, mesmo naquele deserto interior, solitário, em que possamos viver por vezes, não ficámos abandonados. E não nos faltam exemplos desta forma de viver: Pedro Arrupe, Papa Francisco, Corita Kent, Etty Hilesum, Martin Luther King, Aristides de Sousa Mendes, Flannery O’Connor, Malala Yousafzai, entre tantas outras pessoas que conhecemos no dia a dia bem perto de nós. Queremos viver também assim?
Bom ano letivo para todos!
Pela Pastoral e Capelania
